"Se um dia me pedissem para descrever a África do Sul em apenas uma palavra, diria “cores”. O céu tem uns 10 tons de vermelho a rosa, a mata tem alguns muitos tons de verde, as pedras têm inúmeros tons de marrom. E os animais? Ah, estes são todo um capítulo a parte.
Enfim, ficamos 01 semana em Cape Town, e foi pouco. Já no segundo dia eu conseguia me imaginar morando lá de tão encantadora que é a cidade. Lembra o Rio de Janeiro, por sua perfeita combinação de montanha, mar e mata. O povo também é bem misturado (confesso que achei que veria alguma divisão racial, mas não vi), e muito alegre. Alguns lugares que tem que ir em Cape Town:
- Cabo da Boa Esperança: ir lá é uma emoção indescritível. Você estar num lugar que estudou, entender o porquê foi tão difícil para os portugueses dobrar o Cabo. Fiquei um tempo olhando para o mar imaginando as caravelas passando.
- Praia dos Pingüins: no caminho para o Cabo da Boa Esperança existe a praia dos pingüins, uma praia fechada para a conservação dos animais. É um barato!
- V&A: é o porto deles, tem navios cargueiros e tudo. Mas tem restaurantes bárbaros, um shopping onde ficam as lojas mais caras e um píer onde, à noite, os leões marinhos vão descansar.
- Table Mountain: é o Corcovado deles. Mas multiplicado umas 20 vezes. Parece cortada de tão retinha que é. A vista é algo impressionante... Outra coisa muito legal é o bondinho, que é bem democrático: o chão vai rodando, para que todos vejam todas as vistas.
- Vinícolas: o solo de Cape Town e arredores é muito fértil, então qualquer coisa que se planta, nasce. Visitamos duas vinícolas: Klein Constantia, que tem um ótimo “colheita tardia” e a Spier, que é bem turística. Tem um centro de reabilitação de cheetahs e aves (você pode entrar nas jaulas e mexer com os bichos). Lá tem um bom “pinotage”, uva de lá.
- Mitchell´s: um pub que tem no V&A. Quem já viu “Invictus”, é o pub que aparece no filme. Demos a sorte de estar lá durante um jogo importante do Celtic, então tinham vários homens de “kilt”, tinha até uma banda irlandesa!
- Cape Town Stadium: visitamos o estádio, até assistimos a uma partida (que poderia ter sido a final da liga, caso o Ajax Cape Town ganhasse!). Ah, aquela maldita Jabulani...
Tiveram algumas coisas que não fizemos, como ir à Robben Islant, museu do Apartheid, Museu dos Escravos, Ilha dos leões marinhos... Existe também a Long Street, uma rua de barzinhos.
De lá, seguimos de carro até Port Elizabeth, passando pela Garden Route, que disseram que era lindíssima. Bom, se você já viajou pelas serras do sudeste brasileiro e não tem a intenção de pular de bungee jumping, não tem muito de novo.
Port Elizabeth não tem muito o que se fazer, para vocês terem uma idéia, os shoppings fecham às 18 horas e os restaurantes, às 21:30. Mas tem algumas coisas divertidas em volta:
- Addo Elephant National Park: foi o nosso primeiro safári. O parque é pequeno e tem muitos bichos, então dá para ver quase todos os Big Five. É bem divertido!
- Daniell Cheetah Breeding Farm: é mais ou menos um centro de reprodução de felinos. Eles têm suricatos, cheetahs, caracal e leões que reproduzem ou apenas cuidam dos filhotes até determinada idade para soltar nas reservas. Tem uma cheetah adulta (linda!) que pode passar a mão (ela me abraçou!) e, se tiver filhotes de leão, também pode mexer!
Passamos por fora do estádio de lá, que parece um grande marshmallow. Não visitamos porque estava fechado e porque lembrava a nossa derrota para a Holanda.
Se as meninas se interessarem, achei uma ponta de estoque de algumas marcas que valia a pena passar.
De Port Elizabeth, fomos de avião até Johannesburg, pegamos o carro e seguimos para o Kruger National Park. No caminho o mapa do GPS não estava muito atualizado, então nos perdemos perto de Nelspruit. Mas conseguimos nos achar e chegar no Kruger.
Dormir dentro de uma reserva é uma emoção a parte. Quando o sol começa a se por, começa a se escutar os barulhos das aves de rapina. Se der sorte (como eu dei), mais a noite é possível escutar rugidos dos felinos (eu escutei de um leão!). O chalezinho é um barato, bem confortável e dá para ver que eles projetaram pensando em famílias: a cara 4 chalés, existe um maior que é uma cozinha.
Tem que fazer um safári noturno, única chance de ver animais como: porco espinho, corujas e, se der sorte, alguns felinos (não tivemos sorte desta vez).
Durante o dia é pegar o carro e seguir dirigindo pelas estradas e trilhas do parque com o olho bem aberto para achar os animais. Só é preciso tomar cuidado com os macacos: um pulou na minha janela e quase pegou a minha câmera!
Aconselho pelo menos 03 dias neste parque. É MUITO grande.
De lá, seguimos para ver a Jessica, The Hippo (http://www.youtube.com/watch?v=G3NueKXS6dk). Descobrimos que era relativamente perto e tivemos que ir. Afinal, quando mais iríamos conseguir alimentar um hipopótamo, né? É outro lugar imperdível!
Da Jessica, voltamos para Johannesburg, para o último dia da viagem. Como falaram para a gente, lá não tem nada para fazer. É uma grande cidade, como São Paulo. Mas tem um cassino bem legal: imita uma cidadezinha do norte da Itália!
Enfim, foi mais ou menos isto. África do Sul já era um destino que eu tinha paixão, hoje eu não tenho palavras para descrever. É um lugar que eu aconselho todos a ir um dia! Muitos disseram de violência, assaltos, drogados na rua, mas não vimos isto. O máximo que vimos foi um policial conter um bêbado de uma maneira mais enérgica.
Alugamos um carro, ou seja: meu marido dirigiu na mão inglesa. Ele não sentiu maiores dificuldades porque tudo é bem sinalizado. A maior dificuldade realmente foi o GPS na estrada, mas como sabíamos que poderíamos ter problemas deste tipo, compramos um chip e usamos a internet no celular."
Por Rafaela Nesti, BEX Rio de Janeiro.
